Beatriz Vaz de Carvalho

Desde pequena que a artista sempre adorou pintar e desenhar, transportar para o papel todos os mundos imaginários que tinha dentro da mente. Na escola secundária gostava de desenhar composições mais simbólicas que faziam alusão aos problemas ambientais e tinha tendência a criar trabalhos mais dentro do surrealismo.

Licenciou-se em Pintura na FBAUL, o que lhe deu asas para várias oportunidades de desenvolvimento e exploração artística que ainda não tinha descoberto até aí e considera esse o momento em que o seu percurso artístico começou a ser cada vez mais introspectivo e de auto-conhecimento. O seu trabalho começou por desenvolver-se através da temática da Índia, pela maneira como lá tudo parece coexistir num caos com ordem, um caos organizado ou uma ordem caótica, parecido com a maneira de trabalhar da própria artista. E foi esse caos organizado que ela quis integrar nas suas obras, através do caos nas formas e nas cores mas harmonioso na composição.

Ao longo do tempo começaram a surgir alguns conflitos interiores e o famoso medo da tela em branco. Para os combater começou a explorar o conceito de erro e resolução como temas que tentava compreender no seu processo. A certa altura também começou a deslumbrar-se com o simples e o cru e começou a integrar características primitivas e rupestres nos seus trabalhos.

Depois passou do primitivo na História para o primitivo na vida. Mais concretamente o modo como as crianças desenham e pintam sem preconceitos ou premeditações. Não existe um raciocínio cíclico imposto nem medo de falhar mas sim uma liberdade fresca e uma abstração dos limites da imaginação e da mentalidade formatada. Mais recentemente começou a estudar esse conceito na primeira fase das suas obras. O que se traduz com um esboço impulsivo e intuitivo, na tentativa de não interferir racionalmente na criação e delimitá-la logo de início, abrindo assim espaço para o seu subconsciente surgir.

Desde a faculdade e até agora, além dos seus projetos pessoais, tem tido oportunidade de crescer em várias categorias e estilos de arte através de encomendas, do ensino de arte, e de projetos públicos e empresariais que a catapultaram para um conhecimento mais amplo de diferentes métodos e mídias físicos e digitais.